Mateus cap. 5:38 – Continuação
Da Vingança (Lc 6:27-30).
V. 38- Olho por olho. A intenção original de Êx. 21:24; Lv. 24:20; Dt. 19:21, é que a punição deveria ser justa e adequada ao crime. Estas limitações proibiam severamente a vingança maior, (tal como a de Lameque Gn. 4:23) e que houvesse diferentes penalidades para diferentes classes sociais. (Esta lei era conhecida como “lei de talião” limitava o castigo a uma pena correspondente à ofensa, Êx 21:23-25)
V. 39- Não resistais ao perverso. (Lm. 3:30 um tapa na face direita se considerava um insulto muito grave). Jesus mostra como deveríamos receber a injuria pessoal. Um filho de Deus deveria estar pronto a sofrer perda por assalto (v.39).
Nota- No contexto, isso significa “não busque restituição na corte”. Uma bofetada na face direita com as costas da mão significa tanto um insulto quanto uma injúria. A observância de Jesus pode lembrar as palavras do Servo do Senhor, em Is 50:6.
V.40 –42- Litígio. Regulamentos compulsórios
V.40-Túnica. Roupa de baixo.
Capa. Vestimenta externa mais cara, às vezes usada como coberta de cama (Êx. 22:26,27) e portanto não podia ser mantida durante a noite como garantia de pagamento de divida (Dt. 24:12,13).
V.41- Se alguém te obrigar. A possibilidade de um soldado romano coagir uma pessoa a servir como guia ou transportador de cargas era real, (até uma milha, 1,5 km). Mas mesmo se compelido por força a fazer alguma coisa por alguém, a pessoa pode demonstrar liberdade para fazer voluntariamente mais do que foi exigido, ao invés de fazer o serviço com má vontade.
(v. 42), mendicância; (v. 42b), empréstimo.
Do Amor ao Próximo Lc 6:32-36.
Vs. 43-47. Amarás o teu próximo. (Lv 19:18,34), resume toda a tábua da lei (confira com Mt. 22:39).
Odiaras o teu inimigo. Esta adição que não é das Escrituras, desvia-se da lei do amor. Era uma falsa conclusão derivada do ensino dos escribas, (tirada de textos como Sl 139:21, 22 e outros), vinha da estreita compreensão daquilo que significava “próximo” que para os judeus era simplesmente outro judeu. Jesus mostra que a verdadeira intenção de Lv. 19:18 é incluir até os inimigos, (Lc. 10:29-37). (Estava implícito na maneira de Israel como nação, tratava seus inimigos, em alguns casos do AT e em Salmos. Embora que a assim tenha sido Jesus o proibiu.)
Amai os vossos inimigos. O amor “Ágape” prescrito é o amor inteligente que se esforça em libertar o inimigo de seu ódio. É o amor que levou Deus a dar o seu Filho para salvar o mundo Jo. 3:16. È, portanto a prova de que aqueles, que assim amam, são os verdadeiros filhos de Deus. Êx 23:4, 5; Pv 25:21; Rm 12:14_20; 13:8-10.
V. 45 - Torneis filhos, Jo 8:44.
V.48 – Sede vós perfeitos. O padrão que Deus exige do seu próprio povo é seu caráter perfeito. A perfeição de Deus inclui o amor benevolente (v.45). Mesmo que essa perfeição não seja atingida nesta vida, ela é o objetivo daqueles que se tornaram filhos do Pai. (Fl. 3:12-14).
(A palavra “perfeito”, como a Bíblia a usa em referencia aos homens, não se refere à perfeição sem pecado. Os personagens do Velho Testamento descritos como “perfeitos” obviamente não eram sem pecado (comp. Gn. 6:9; IRs. 15:14; II Rs. 20:3; I Cr. 12:38; Jó 1:1,8; Sl. 37:37). Embora algumas palavras hebraicas e gregas fossem traduzidas para “perfeito” , a ideia é geralmente de uma coisa completa em todos os detalhes (Hb. Tamam, gr. Katartizõ), alcançar um alvo ou atingir um propósito (gr. Teleioõ).
Três estágios da perfeição são revelados:
1- Perfeição posicional, já possuída por cada crente em Cristo (Hb. 10:14).
2- Perfeição relativa, isto é, maturidade espiritual (Fp. 3:15), especialmente em aspectos tais como a vontade de Deus (Cl. 4:12), no
ü Amor (I Jo. 4:17, 18).
ü Santidade (IICo. 7:1)
ü Paciência (Tg. 1:4),
ü “toda a boa obra” (Hb. 13:21).
A maturidade se alcança progressivamente, como em II Co. 7:1, “aperfeiçoando a nossa santidade”, e Gl. 3:3, lit. “estais agora sendo aperfeiçoados?” e é feita através dos dons do ministério concedido para “o aperfeiçoamento dos santos” (Ef. 4:12). E
3- A perfeição final, isto é a perfeição na alma, no espírito e no corpo, que Paulo nega ter alcançado (Fp. 3:12), mas que será realizada quando da ressurreição dos mortos (Fp. 3:11). Para o cristão, nada que careça da perfeição moral de Deus é o seu padrão absoluto de conduta, mas as Escrituras reconhecem que os cristãos não alcançam a perfeição sem pecado nesta vida (comp. I Pe. 1:15,16; I Jo. 1:8-10).
Perfeitos. Lv 11:44, 45; 19:2; Dt 18:13. Com a exortação de serem perfeitos como o Pai celeste, se resume todo o ensinamento dado em 5:17-48. Já em Lc 6:36, a exortação é de serem misericordiosos, como... é misericordioso vosso Pai.
A palavra implica em desenvolvimento total, crescimento em maturidade piedosa.
Cont..
Compartilhe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário